ANGEL ELIXIR MARAJOARA — Poema Coreográfico e Luminotécnico Carlos Eduardo Thompson Criação inspirada na Cultura Indígena Brasileira da Ilha de Marajó no Norte do Brasil Duração total: 10 a 12 minutos Interpretação: solo masculino (ou grupo em espelhamento) Música: eletrônica ambiente / experimental, com variações texturais de 60 a 110 BPM
ANGEL ELIXIR MARAJOARA — Poema Coreográfico e Luminotécnico
Carlos Eduardo Thompson
Criação inspirada na Cultura Indígena Brasileira da Ilha de Marajó no Norte do Brasil
Duração total: 10 a 12 minutos
Interpretação: solo masculino (ou grupo em espelhamento)
Música: eletrônica ambiente / experimental, com variações texturais de 60 a 110 BPM
ATO I — O DESPERTAR (“A molécula respira”)
Iluminação:
Luz azul pálida, vinda de baixo, em feixes difusos.
Haze leve (neblina cênica).
Fade in de 30 segundos.
Música:
Frequência grave contínua (baixo pulsante, BPM ~60).
Sons de respiração, ecos líquidos, reverberações.
Movimento:
O corpo ainda adormecido no chão.
Pequenas contrações no abdômen e nos ombros, sincronizadas com o som.
Dedos exploram o espaço como sensores.
Elevação progressiva, da base até o eixo central, mantendo o olhar baixo.
Tempo corporal: Adagio.
Intenção: o corpo nasce do perfume e do barro — o ar se torna matéria.
ATO II — O ESPELHO E A PELE (“Fragmentos de reflexo”)
Iluminação:
Flashes curtos de luz prata e branca.
Reflexos metálicos nas laterais do palco (espelhos ou painéis reflexivos).
Contra-luz criando silhueta fragmentada.
Música:
Batidas dispersas, sintetizador cristalino, BPM 80–90.
Inserções rítmicas assimétricas.
Movimento:
Sequência de giros incompletos, quebras de eixo e pausas abruptas.
O corpo “dialoga” com o reflexo — olhar para uma direção, mover-se na outra.
Braços desenham ângulos agudos; pernas deslizam no chão com precisão geométrica.
Explorar quedas curtas e retomadas de equilíbrio.
Tempo corporal: Moderato, com pausas para respiração.
Intenção: a busca pela identidade — o corpo reflete e se desdobra.
ATO III — ASCENSÃO (“O perfume toma forma ancestral ”)
Iluminação:
Luz dourada intensa e movimento de foco ascendente (do chão ao rosto).
Projeções de partículas douradas e linhas ascendentes.
Música:
Ritmo crescente (BPM 100–110).
Textura sonora cheia, percussiva e envolvente.
Movimento:
Expansões verticais — braços, tronco e peito se abrem ao ritmo.
Saltos curtos, torções no ar, quedas seguidas de respiração profunda.
Repetição de gestos como mantra (repetir 3x com intensidades diferentes).
O corpo vibra: pulsação muscular visível, respiração audível.
Tempo corporal: Allegro con energia controlada.
Intenção: o perfume se torna força vital — a dançarina domina o espaço.
ATO IV — TRANSFIGURAÇÃO (“O corpo dissolve”)
Iluminação:
Luz branca difusa com halo lilás.
Névoa densa, ambiente quase flutuante.
Transições lentas, sem cortes bruscos.
Música:
Textura líquida e reversa (sons ao contrário, BPM reduzido a 70).
Elementos vocais distantes, como murmúrios.
Movimento:
Ondulações contínuas — do centro à periferia do corpo.
O corpo perde o peso: movimentos suaves, quase subaquáticos.
Lentidão extrema, quase em câmera lenta.
Final: o corpo se abre em “T”, braços e cabeça voltados ao céu.
Tempo corporal: Lento rubato.
Intenção: dissolver o eu — o corpo torna-se perfume, pura vibração.
ATO V — EPÍLOGO (“O rastro invisível”)
Iluminação:
Spot suave branco sobre o rosto.
Escuridão crescente em volta.
Fade out total em 40 segundos.
Música:
Sons distantes de vidro e vento.
Silêncio final absoluto.
Movimento:
Caminhar em linha reta até o limite do palco.
Um último gesto de mão: tocar o ar, como selando um segredo.
Permanecer imóvel por 10 segundos.
Encerrar com expiração longa, visível.
Tempo corporal: Adagio final.
Intenção: deixar o público com a sensação de perfume suspenso no ar.
NOTAS PARA A EQUIPE TÉCNICA
Luz e som devem ser tratados como personagens: o perfume é o corpo, a luz é a alma, o som é a respiração.
Figurino: metálico e translúcido, sugerindo metamorfose (pode mudar de cor com a luz).
Solo alternativo: pode ser adaptado para dueto (dois reflexos — o “eu” e o “eco”).
Transições: nunca em corte brusco; tudo deve fluir como respiração contínua.
Síntese conceitual
“ Elixir Marajoara ” é a dança do invisível.
Uma jornada sensorial entre o humano e o imaterial
onde cada movimento é molécula,cada gesto, fragrância e cada respiração, criação. Ancestralidades.

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